Quando comecei a entender o que era a tal da Arte descobri que eu não fazia Arte. A tal da ARTE, assim com todas as letras maiúsculas, era uma coisa grandiosa demais pra mim, menina caipira do interior. E são tantas linhas de definições e ideias sobre o que seria a verdadeira arte que só deixa a gente mais confusa ainda. Mas vamos lá.
Arte tem um quê de inédito, de unicidade, de singular.
Todas as nossas "obras" copiadas, repetidas, feitas aos montes e vendidas em lojas, praças e ruas... não se encaixam nesta forma como arte, talvez artesanato, talvez "arte de feira". (Gosto da expressão "arte de feira" é aquela coisa bonitinha decorativa, fora dos grandes circuitos e das galerias, de valores mais acessíveis e para um público mais comum por assim dizer.)
Arte tem uma técnica, um modo de produzir próprio do artista.
E lá vamos nós de novo cair nas obras que não sabemos nem identificar que quem são, tão parecidas são com todas as outras do mesmo estilo. São pintores que aprenderam a pintar copiando quadros já prontos de revistas para pintura, com passo a passo. Um material de ampla divulgação produzindo toda uma leva de reproduções de uma mesma imagem.
Arte tem uma mensagem ou questionamento, ou algo transcendental.
Vixi! E quando só se faz uma paisagem ou uma natureza morta?! E quando não se quer passar mensagem nenhuma, nem questionar nada... só fazer o bom e tradicional "bonitinho". É... não está fácil esta vida de fazer arte.
Arte disto ou daquilo, com esta ou aquela definição, com este ou aquele questionamento... só me fez perceber, quanto mais eu estudava que o que eu produzia não era este tipo de Arte. As regras do academicismo ressoam na minha cabeça brigando com os ideias do contemporâneo. Eu não consigo ser nem um nem outro. Talvez mais por incompetência do que por outro motivo, vai saber... rsrsrs
O problema é que eu sinto necessidade de produzir.
E produzir artisticamente pode ser uma peça de artesanato, geralmente única - não tenho vocação pra ficar fazendo a mesma coisa várias vezes, um desenho, uma pintura, um móvel restaurado, um enfeite, uma vestimenta. A minha produção é tão variada quanto meu conhecimento, e minhas dúvidas sobre se isto é mesmo arte tão grandes quanto a minha vontade de que boa parte disto seja reconhecida como minha produção, pessoal, única, com minha técnica, meu traço, minhas cores presentes ali.
Gentes! Fazer arte também é pensar um bocado sobre o que é Arte.
Beijocas Coloridas e Pensativas
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